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Concursos Literários no Diário Popular (Rio Grande - RS)

Segurança para criar no mundo da literatura
Prêmios e bolsas de criação literária ajudam na árdua tarefa de viver de literatura no Brasil

por Leon Sanguiné


Enquanto o fator know-how, que leva em conta o reconhecimento de um autor junto ao grande público, seguir sendo de suma importância na decisão de uma editora em publicar ou não o livro de algum escritor, seguirá sendo árduo viver só de literatura no Brasil. Porém, os prêmios e concursos literários espalhados pelo país são boa saída para quem almeja produzir literatura em formato físico e tornar isto rentável. A abertura das inscrições, que vão até o dia 11 de abril, para o Concurso Nacional João-de-Barro de literatura infanto e juvenil, reacende a discussão e coloca este tipo de oportunidade em evidência.

A história é a mesma há décadas: o escritor lê e estuda muitíssimo durante a vida inteira para sempre melhorar sua escrita. Enfim, sente-se pronto para publicar. A partir daí somam-se mais alguns meses até que a obra fique pronta e finalmente chegue o momento de enviar para as editoras, angariando um espaço. Entra nos sites e recebe mensagens pouquíssimo convidativas avisando que a análise dos textos demora, que não é possível entregar o material na portaria, apenas pelos correios (ou nem assim, no caso da Companhia das Letras), que os originais recusados serão ceifados (destruídos é a palavra utilizada) e, finalmente, que será levado em conta o know-how do autor.


Não dá para escrever de barriga vazia

A partir daí as coisas ficam complicadas. Como ser reconhecido se não há a oportunidade de publicar por grandes editoras? E como estas, com anos lucrativos nas costas, poderiam apostar no escuro, publicando um escritor que ainda não tem grande público consumidor de suas letras?

Essa insegurança, que permeia a carreira daqueles que pretendem viver da escrita no Brasil, atrapalha inclusive a própria produção literária. Entram aí os prêmios e concursos literários, que acontecem durante todo o ano pelo país por iniciativa privada, como é o caso do Prêmio Sesc de Literatura, ou pública, como o João-de-Barro. Angélica Freitas, poeta pelotense, teve um projeto aprovado no programa Petrobras Cultural e pôde se dedicar por um ano ao seu segundo livro de poemas, o aclamado Um útero é do tamanho de um punho (Cosac Naify, 2013) e engrossa o coro. “Prêmios e bolsas são importantes porque é quase impossível viver de literatura no Brasil. Além de reconhecer um autor ou uma obra, um prêmio em dinheiro ou uma bolsa de criação literária garante a segurança necessária para escrever”, afirma.

Angélica cita ainda a falta de criação por aqui de residências artísticas. “São casas onde o escritor ou a escritora vai a determinado lugar e tem moradia e uma ajuda de custo para escrever”, diz.


22 anos e muitas premiações

Um dos grandes exemplos da importância dos prêmios e concursos é a escritora Luisa Geisler. Natural de Canoas, atualmente com 22 anos, ela ganhou o Sesc de Literatura aos 19, em 2010, na categoria Conto. A premiação consistia em publicação e distribuição de livro pela gigante Record. Assim, Luisa lançou, em 2011, Contos de mentira, que mais tarde seria finalista do Prêmio Jabuti, um dos mais respeitados do país.

No ano seguinte a gaúcha repetiu a dose, mas em outra categoria. Venceu o Sesc com o romance Quiçá, que mais tarde seria finalista do Prêmio Machado de Assis, da Fundação Biblioteca Nacional, do Jabuti (novamente) e do Prêmio São Paulo de Literatura. Ainda em 2012, Luisa foi colocada na seleção da revista britânica Granta dos melhores escritores brasileiros com menos de 40 anos.


Oportunidade na literatura infanto e juvenil

O caminho traçado por Luisa é árduo. Dificílimo. Mas recompensa, como se vê pelos resultados. Os autores de literatura infanto e juvenil que queiram seguir este viés têm no Concurso Nacional João-de-Barro um de seus maiores aliados. Regulamentado pela prefeitura de Belo Horizonte por meio da Fundação Municipal de Cultura, o prêmio tem inscrições abertas desde novembro do ano passado até 11 de abril de 2014 e contemplará obras em duas categorias: texto literário e livro ilustrado (com projeto gráfico completo). Os vencedores receberão R$ 50 mil cada.

Outro parceiro é o Prêmio Barco a Vapor, promovido pela Fundação SM, criada pelo grupo homônimo em 1977. O concurso é promovido nos nove países onde a SM atua - Brasil, Chile, México, Argentina, Porto Rico, República Dominicana, Colômbia, Peru e Espanha - e visa descobrir novos autores e propiciar aos jovens leitores o acesso a textos inéditos e de qualidade. Além de R$ 30 mil como adiantamento de direitos autorais, o vencedor tem seu livro publicado na coleção Barco a Vapor, das Edições SM. O prazo de inscrição para a sua 10ª edição vai até o dia 31 de janeiro.

Para se inscrever no Prêmio João-de-Barro, acesse o edital do concurso ou mande e-mail para joaodebarro@pbh.gov.br. Os interessados em participar do Barco a Vapor devem acessar o site.

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