Notícia - Sul-coreana é a primeira mulher a ganhar prêmio literário asiático
Man Asian Literary Prize premia Kyun-Sook Shin pelo livro Por favor, cuide da mamãe, romance que narra o luto de uma família
Park So-nyo passou a vida no interior da Coreia do Sul em meio a algodoais e arrozais. Incansável, criava bicho-da-seda, cuidava da lavoura, fermentava malte e vendia lâmpada usada e pote velho para ajudar na renda familiar. Viveu para os filhos, e mesmo quando eles já haviam saído de casa, ela continuou cozinhando e armazenando comida, que ela própria se incumbia de levar para eles na capital. Por isso, a visão da mãe esperando numa praça movimentada, com a bagagem alocada sobre a cabeça, pimentas saindo dos bolsos e berinjelas amarradas às pernas não era estranha ao filho Hyong-chol, seu preferido.
Essa era, bem na superfície, a mulher que desapareceu na estação de metrô de Seul aos 69 anos e a protagonista de Por favor, cuide da mamãe. O livro, que lançou internacionalmente a sul-coreana Kyung-Sook Shin e está sendo publicada em 32 países, ganhou na quinta-feira, 15 de março, o Man Asian Literary Prize, em Hong Kong.
Shin é a primeira mulher a vencê-lo, e esta é também a estreia de um autor sul-coreano na premiação, que está em sua 5ª edição e dá ao vencedor US$ 30 mil. A próxima aposta editorial será I’ll Be Right There, em processo de tradução para o inglês. Aos 49 anos, ela tem outros 5 romances - deve terminar de escrever mais um até o fim do ano, 7 coletâneas de contos e 3 livros de ensaios lançados em seu país.
Quando a história começa, Park So-nyo está desaparecida há uma semana e os filhos estão brigando para escrever o folheto que seria distribuído em Seul. Mamãe, como é chamada durante todo o livro, tinha ido do interior à capital para comemorar o aniversário ao lado dos filhos tão ocupados. Ao chegar, o marido entra no vagão do metrô e só minutos depois, já em outra estação percebe que ela não está lá. Ninguém nunca mais a vê.
Começa então o processo de lamento, culpa, remorso e luto contado a partir do ponto de vista da filha mais nova, escritora de sucesso que nunca se preocupou em ler seus livros para a mãe analfabeta, do primogênito, que teve uma educação superior a de seus irmãos e se mostrou uma promessa não cumprida, e do marido que sempre a negligenciou. O capítulo que amarra a história é contado pela própria Mamãe - e o único em primeira pessoa. Os outros narradores se dirigem diretamente aos personagens tratando-os por “você”, apontando falhas em suas relações com a desaparecida e revelando segredos impensáveis.
Fonte:
http://www.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_7/2012/03/16/ficha_agitos/id_sessao=7&id_noticia=50727/ficha_agitos.shtml
Park So-nyo passou a vida no interior da Coreia do Sul em meio a algodoais e arrozais. Incansável, criava bicho-da-seda, cuidava da lavoura, fermentava malte e vendia lâmpada usada e pote velho para ajudar na renda familiar. Viveu para os filhos, e mesmo quando eles já haviam saído de casa, ela continuou cozinhando e armazenando comida, que ela própria se incumbia de levar para eles na capital. Por isso, a visão da mãe esperando numa praça movimentada, com a bagagem alocada sobre a cabeça, pimentas saindo dos bolsos e berinjelas amarradas às pernas não era estranha ao filho Hyong-chol, seu preferido.
Essa era, bem na superfície, a mulher que desapareceu na estação de metrô de Seul aos 69 anos e a protagonista de Por favor, cuide da mamãe. O livro, que lançou internacionalmente a sul-coreana Kyung-Sook Shin e está sendo publicada em 32 países, ganhou na quinta-feira, 15 de março, o Man Asian Literary Prize, em Hong Kong.
Shin é a primeira mulher a vencê-lo, e esta é também a estreia de um autor sul-coreano na premiação, que está em sua 5ª edição e dá ao vencedor US$ 30 mil. A próxima aposta editorial será I’ll Be Right There, em processo de tradução para o inglês. Aos 49 anos, ela tem outros 5 romances - deve terminar de escrever mais um até o fim do ano, 7 coletâneas de contos e 3 livros de ensaios lançados em seu país.
Quando a história começa, Park So-nyo está desaparecida há uma semana e os filhos estão brigando para escrever o folheto que seria distribuído em Seul. Mamãe, como é chamada durante todo o livro, tinha ido do interior à capital para comemorar o aniversário ao lado dos filhos tão ocupados. Ao chegar, o marido entra no vagão do metrô e só minutos depois, já em outra estação percebe que ela não está lá. Ninguém nunca mais a vê.
Começa então o processo de lamento, culpa, remorso e luto contado a partir do ponto de vista da filha mais nova, escritora de sucesso que nunca se preocupou em ler seus livros para a mãe analfabeta, do primogênito, que teve uma educação superior a de seus irmãos e se mostrou uma promessa não cumprida, e do marido que sempre a negligenciou. O capítulo que amarra a história é contado pela própria Mamãe - e o único em primeira pessoa. Os outros narradores se dirigem diretamente aos personagens tratando-os por “você”, apontando falhas em suas relações com a desaparecida e revelando segredos impensáveis.
Fonte:
http://www.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_7/2012/03/16/ficha_agitos/id_sessao=7&id_noticia=50727/ficha_agitos.shtml